domingo, 25 de abril de 2010

Tomografia Computadorizada

Princípios e Física Básica:

Os princípios físicos da Tomografia Computadorizada (TC) são os mesmos da radiografia convencional. Para a obtenção de imagens são utilizados os Raios-x (RX). Enquanto na radiografia convencional o feixe de RX é piramidal e a imagem obtida é uma imagem de projeção, na TC o feixe é emitido por uma pequena fenda e tem a forma de leque.
Na tomografia computadorizada o tubo de RX gira 360 graus em torno da região do corpo a ser estudada e a imagem obtida e tomográfica ou seja sao obtidas “fatias” (slices em inglês). Em oposicão ao feixe de RX emitidos temos um sistema detector de fótons que gira sincronicamente ao feixe de RX, mas que também pode ser fixo nos tomógrafos mais modernos. Como na radiografia convencional as características das imagens vão depender das informacões colhidas a respeito da absorção de fótons pelo objeto em estudo.
Dessa forma, a quantidade de fótons recebidos pelos detectores depende da espessura do objeto e da capacidade deste de absorver os RX. Os detectores de fotons da TC transformam os fótons emitidos em sinal analógico. Quanto mais fótons de RX atingem os detectores, maior é a diferença de potencial, ou voltagem que cada detector fornece ao computador – sinal analógico. O sinal analógico vai ser convertido em sinal digital através do sistema de computação e será processado para formar a imagem final que apesar de processada digitalmente, será de novo uma imagem analógica.

Estrutura e Funcionamento de um Tomógrafo:

Um tomógrafo é formado por um tubo de RX conectado mecanicamente e eletronicamente a um sistema de detectores. Este conjunto gira 360 graus em torno do paciente. As estruturas corpóreas vao atenuar o feixe de RX dependendo de vários fatores, entre eles sua densidade e número atômico.
Depois de passar pelo corpo a radiacão atinge finalmente os detectores. Um giro de 360 graus produz uma “vista” que é um conjunto de projeções compostas por sua vez de um número variavel de “raios”. Cada vista produz um conjunto de sinais analógicos que são enviados ao sistema de computação.
Os sinais elétricos gerados pelos detectores contêm informação a respeito do quanto o feixe foi atenuado por cada estrutura do corpo (“coeficientes de atenuação”). Estas informações são acopladas aos dados sobre posição da mesa e do cabeçote. Dessa forma e possível a determinação das relações espaciais entre as estruturas internas e a fatia selecionada do corpo.
Os sinais elétricos analógicos são então enviados ao sistema de computacão que através de algoritmos específicos vão transforma-los em sinais digitais para compor as imagens que iremos ver na tela do computador.
O tomograma calculado, ou seja, a imagem que vemos na tela do computador, corresponde a uma matriz dos valores de atenuação do feixe, visualmente apresentada em tons de cinza, em formato analógico.
Atualmente há vários tipos de tomógrafos: (1) Convencional ou simplesmente Tomografia Computadorizada (passo a passo); (2) Tomografia Computadorizada helicoidal ou espiral; (3) Tomografia Computadorizada “multi-slice” e (4) Tomógrafos mais sofisticados, como “ultra-fast” e “cone-beam”. Na tomografia helicoidal o tubo de RX gira em torno do paciente e os detectores podem girar também ou permanecerem estáticos. A mesa desloca-se simultaneamente e a trajetória do feixe de RX ao redor do corpo é em espiral.

Principais Componentes de um Tomógrafo:

Qualquer tomógrafo, independentemente de sua geração apresenta os seguintes componentes:


A) Sistema de varredura:

Gantry ou portal em português;
Tubo de RX;
Colimador;
Gerador;
Detectores;
Sistema de aquisição de dados.

B) Sistema de computação:

Sistema de processamento de imagens;
Sistema de reconstrucão de imagens.

Imagens de um tomógrafo aberto e fechado mostrando a estrutura mecânica e eletrônica:





Fonte: Apostila de Tomografia Computadorizada, Curso de Tecnologia em Radiologia - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.







segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Acidente em Goiânia - Documentário

Documentário sobre o acidente radioativo de Goiânia, ocorrido em 1987, considerado o segundo maior acidente nuclear da história da humanidade, ficando atrás apenas do acidente ocorrido em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Símbolo Oficial dos Profissionais das Técnicas Radiológicas


O símbolo heráldico (brasão) é constituído da seguinte forma: um círculo menor, na cor amarela, contendo na parte interna um trifólio representando a presença de radiação ionizante, tendo ao centro um bastão entrelaçado por uma serpente, envolvidos pela representação espacial de um átomo, tendo esse conjunto circundado por uma roda dentada e por outro círculo, também na cor amarela, contendo em sua parte inferior a data de 1985, ano da regulamentação da profissão.
As cores e as dimensões do trifólio seguem os padrões estabelecidos pela N.E. 301 - CNEN.


Juramento dos profissionais:

" A grandeza de nossa profissão se revela quando contribuímos para melhorar a qualidade dos seres vivos.
Por acreditar nesse processo, que prometemos honrar a Radiologia exercendo nosso ofício com sabedoria e dignidade.
Procuramos nos dedicar permanentemente ao aperfeiçoamento de nossos conhecimentos técnicos e científicos, auxiliando na promoção do bem estar da humanidade e seguindo com confiança, coragem e coerência nosso ideal que agora se chama profissão.
Prometemos, ainda, jamais esquecer que a vida é a nossa prioridade, sendo merecedora de todo nosso respeito e carinho, sempre nos orientando a partir dos preceitos éticos e legais da nossa profissão.
Esta é a nossa vontade, este é o nosso juramento."
Fonte: Resolução CONTER n.º 12, 2004.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Anatomia Radiológica

Algumas imagens em radiografias mostrando as formas e características das estruturas anatômicas, uma pequena revisão para estudantes de Radiologia de anatomia radiológica.

Região do ombro:
























Pelve:

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Radiação Ionizante e seu Mecanismo de Ação no Organismo

As radiações ionizantes podem interagir diretamente com componentes celulares como DNA, proteínas e lipídios, provocando alterações estruturais. É o chamado efeito direto e constitui cerca de 30% do efeito biológico das radiações. Podem também interagir com o meio onde constituintes celulares e as próprias células estão suspensas, ou seja, a água, produzindo radicais livres. Neste caso, temos o feito indireto que corresponde a cerca de 70% do efeito biológico produzido pelas radiações. A maior probabilidade de ocorrência do efeito indireto deve-se ao fato de a água ocupar parcela substancial da composição celular. Além disto, os radicais livres também podem ser produzidos devido à ionização de outros constituintes celulares, particularmente os lipídios.
Para a radiólise da água, são necessários 32 eV. O elétron arrancado pode ser capturado por outra molécula de água. Os íons assim formados H2O - e H2O + interagem com moléculas e geram no balanço final radical livres H e OH. Em certas situações menos frequentes, o elétron pode ser capturado pela própria molécula de água que o ejetou, causando rápida formação de H e OH. O elétron ejetado pode ainda ser capturado por uma rede de moléculas de água, originando outro radical livre, o elétron aquoso.
O principal radical livre oxidante resultante da radiólise da água é o hidroxil. A recombinação dos radicais livres leva à formação de outros componentes, como o peróxido de hidrogênio (H2O2). Quando os radicais hidroxil reagem com moléculas orgânicas, são formados radicais livres orgânicos.
A presença de oxigênio induz a formação de radicais livres perioxidantes, os quais não permitem a recombinação para a molécula original e levam ao aumento de radicais livres no meio e maior potencial lesivo.
As radiações ionizantes provocam nas células diversas respostas que podem ou não levá-las à morte.


Resposta das Células à Radiação:


DNA

O DNA é um dos alvos mais importantes para os efeitos citotóxicos da radiação. A quebra dupla do DNA é a mais prejudicial, podendo levar a célula à morte. Considera-se que as células apresentam, aproximadamente, a mesma quantidade de quebras duplas por gray de radiação. O que diferencia a sensibilidade, ou resposta das diferentes células, é a capacidade de reparo das quebras duplas. O reparo das lesões radioinduzidas ocorre entre 4 a 6 horas após à irradiação.


Cromossomos

As radiações ionizantes podem induzir quebras cromossômicas e, consequentemente, os respectivos rearranjos. Dessa forma, são formados fragmentos acêntricos, dicêntricos e anéis (mutações instáveis), e translocações e inversões (mutações estáveis). As radiações aumentam principalmente a quantidade estruturais instáveis, como os dicêntricos e anéis, cuja contagem é usada como parâmetro de dosimetria biológica após exposições acidentais à radiações.


Membranas

As membranas constituem importantes locais de interação com a radiação. Nas membranas, a radiação interage com as proteínas estruturais e com lipídios, provocando a perioxidação lipídica. Sugere-se que, como consequência da perioxidação lipídica, a membrana apresente enfraquecimento em sítios especiais, enquanto e a maior parte dela apresenta aumento e rigidez, prejudicando assim sua função.


Fonte: Livro - Física e Dosimetria das Radiações

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Irradiação de Alimentos

Uma alimentação adequada é fundamental para mantermos uma boa qualidade de vida. A indústria alimentícia brasileira tem se preocupado em atender consumidores cada vez mais exigentes com a qualidade dos produtos. Além disso, a legislação sanitária vem evoluindo no sentido de exigir alimentos mais seguros e saudáveis, ao mesmo tempo que impõe restrições aos tratamentos para redução da carga microbiana e desinfestação, que deixam resíduos nos produtos e agridem o meio ambiente.
Como desafio adicional, as empresas nacionais buscam reduzir perdas devido às condições climáticas e deficiências na cadeia de transporte e armazenagem, bem como incrementar o shelf life dos alimentos, contribuindo para a maior competitividade dos produtos e a abertura de novos mercados consumidores. A moderna tecnologia de energia ionizante, proporciona um tratamento que consiste na exposição dos alimentos a ondas eletromagnéticas curtas, que penetram qualquer tipo de embalagem ou produto, rompendo a cadeia de DNA de microorganismos, inclusive patógenos, levando-os à falência. Com isso, é eliminado qualquer risco microbiológico ao produto e a seus consumidores.
Trata-se de um método rápido e eficaz, comprovado mundialmente por diversos estudos científicos realizados há mais de 60 anos, que, sem deixar qualquer resíduo no produto tratado, reduz as cargas microbianas prejudiciais à saúde em matérias-primas, produtos in natura, pré-processados e industrializados, refrigerados e congelados, garantindo segurança e confiabilidade em todos os estágios de produção.


Benefícios:

Redução e eliminação de microorganismos (fungos, bactérias e leveduras) e patógenos (Salmonella, Listeria, E. coli e Campilobacter);
Desinfestação de grãos e cereais;
Aumento de vida útil ou shelf life;
Inibição de brotamento em bulbos e tubérculos;
Retardo na maturação de frutas e legumes.


Vantagens:

Na desinfestação é possível eliminar organismos vivos em todos os seus estágios de evolução: insetos adultos, larvas, pupas e ovos;
Processo a frio, promove a descontaminação de alimentos in natura, refrigerados e congelados sem causar efeitos indesejáveis;
Substitui tratamentos químicos que deixam resíduos nos alimentos;
Devido a seu elevado poder de penetração, pode ser aplicado em produtos na embalagem final, com pouca ou nenhuma manipulação;
Facilita a exportação, distribuição e venda de produtos agroindustriais, como frutas, verduras, carnes etc., aumentando seu tempo de vida útil sem alterar suas propriedades;
Permite a redução das perdas na cadeia de distribuição;
Não agride o meio ambiente;
Segurança atestada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte: CBE Embrarad

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Proteção e Controle de Qualidade em Exames de Radiodiagnóstico Odontológico

A proteção radiológica e o controle de qualidade na realização das técnicas radiológicas caminham juntos para a otimização dos serviços de radiodiagnóstico por imagens. Na radiologia odontológica não é diferente, os profissionais da área como odontológos, tecnólogos e técnicos em radiologia devem está sempre atentos à proteção individual e do paciente, seguindo os métodos de controle de qualidade para obter êxito no resultado dos procedimentos e evitar ao máximo repetições de exames e doses desnecessárias de radiação no paciente. Veja o vídeo abaixo e saiba mais a respeito.