domingo, 29 de maio de 2016

Atuação do Tecnólogo em Radiologia como Aplicattion

A área da saúde vive em consonância com as tendências e inovações tecnológicas, devendo haver sempre uma preocupação com a qualidade e atualização de conhecimento para permitir o atendimento das contínuas modificações do mercado de trabalho. 
Os profissionais das técnicas radiológicas não podem fugir dessa realidade, pois a automatização dos equipamentos, envolvidos na realização das técnicas com radiações ionizantes, permite um rápido crescimento na inovação da tecnologia envolvida neste setor de mercado, garantindo que os serviços possam oferecer, de maneira contínua e crescente, novos postos de trabalho para estes profissionais. 
O Tecnólogo em Radiologia que atua em clínicas de radiodiagnóstico, hospitais, laboratórios, universidades, indústrias, em empresas fabricantes e distribuidoras de equipamentos hospitalares, é portanto, um profissional capaz de executar atividades que utilizam radiação ionizante, acompanhando a complexidade dos avanços tecnológicos aplicando todo o conhecimento em física das radiações e radioproteção, em operação de equipamentos e na realização dos parâmetros nos exames e no manuseio dos softwares de diagnóstico por imagem. Possui um considerável domínio em matemática e informática, interligando ciências exatas e ciências biomédicas para a execução de procedimentos que envolvem a aquisição e formação da imagem nas diversas modalidades da imagenologia e de técnicas de radioterapia e medicina nuclear.


Fonte: Imagem site Hospital Monte Sinai. 


A Radiologia aprimorou-se muito no decorrer dos últimos anos, desenvolvendo equipamentos de última geração para procedimentos diagnósticos, invasivos e terapêuticos, a tecnologia digital impulsionou significativamente a qualidade das imagens e consequentemente a precisão no diagnóstico. A evolução concomitante dos processos de imagem e da computação médica proporcionou o surgimento de um novo perfil profissional chamado "Aplicattion".
A atuação como "aplicattion" é um dos campos de trabalho do tecnólogo em radiologia, é caracterizada pela atividade profissional desenvolvida por indivíduos contratados por empresas fornecedoras de equipamentos médicos com o objetivo de capacitar a equipe do setor que irá trabalhar com a nova tecnologia adquirida (softwares, equipamentos e protocolos de exames), além disso, este profissional pode atuar na comercialização dos equipamentos e realizar serviços de consultoria relacionados ao funcionamento dos aparelhos em clínicas e hospitais. 


Aplicattion treinamento na operação de novos aparelhos e softwares de imagens médicas. (Fonte: Imagem site Inovapar GE Healthcare). 


A Resolução nº. 02/2012 do CONTER/CRTR's, Conselho Nacional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, atribui como área de trabalho do tecnólogo em radiologia:

" - Atuar nas funções de treinamento e aplicattion, no âmbito da radiologia e diagnóstico por imagem". 








sexta-feira, 18 de março de 2016

A Neutrongrafia como novo método de inspeção por imagem

A neutrongrafia, semelhante a outras técnicas radiográficas, consiste em um feixe de radiação (feixe de nêutrons) que atravessa um determinado objeto e sensibiliza um sistema de registro de imagem. Os nêutrons podem ser obtidos por fontes naturais como o Califórnio-252 que produz nêutrons por processo de fissão e o Amerício-Berílio (Am-Be) que o produz através de uma reação nuclear.
Os nêutrons podem ser obtidos em geradores e reatores nucleares que proporcionam maior intensidade e fluxo no feixe de nêutrons.
A forma como os nêutrons interagem com a matéria, no entanto, difere totalmente como os fótons X ou gama interagem. Enquanto fótons interagem com os elétrons orbitais dos átomos, nêutrons o fazem com os núcleos. 
A neutrongrafia permite avaliar materiais mais leves que não atenuam raio X ou gama como o hidrogênio, o boro, berílio, lítio, nitrogênio e o oxigênio, podendo penetrar também outros materiais muito mais pesados.


Figura 1: Técnica de neutrongrafia (Fonte: Luciano Santa Rita). 


A neutrongrafia é uma técnica utilizada para ensaios não destrutivos (END) que são ensaios realizados em materiais para verificação de existências ou não de descontinuidades ou defeitos, sem alterar as características físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais da amostra sem interferir em seu posterior uso. 
Os ensaios não destrutivos são amplamente utilizados para a verificação de fissuras internas em tubulações metálicas, em manutenção de soldas, nas indústrias de petróleo, naval, aeronáutica e automobilística. 
O contraste neutrongráfico entre materiais nas imagens obtidas é função da diferença entre as seções de choque dos materiais constituintes. Por isso, quando se realiza um ensaio neutrongráfico com nêutrons térmicos de objetos contendo hidrogênio em sua composição, sua imagem é revelada, mesmo quando encapsulado por metais pesados, como o chumbo e aço. 
Para a obtenção das imagens é necessária uma fonte de nêutrons, um colimador, um objeto a se inspecionar e um detector plano. O objeto é posicionado entre a saída do colimador e um detector, que registra a imagem bidimensional da amostra (como demonstra a figura acima). 
A imagem registra as informações sobre a intensidade do feixe de nêutrons que foi atenuado ao atravessar o objeto, dependendo da composição e da estrutura interna dele.


Figura 2: Neutrongrafia: sistema eletrônico de imageamento (Fonte: Luciano Santa Rita). 





Neutrongrafia utilizando CCD   (Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro). 




Figura 3: Radiografia de uma câmera fotográfica  Raios X (a)  x  Nêutrons (b).  (Fonte: Luciano Santa Rita).


A radiografia por feixe de nêutrons é também utilizada na detecção de drogas e explosivos através de um sistema de detecção da radiação eficiente, por inspecionar uma grande quantidade de amostras com rapidez, sensibilidade, especificidade e decisão automatizada, utilizando feixes de radiação com grande poder de penetração. A inspeção por neutrongrafia permite uma grande precisão na detecção de drogas mesmo que ocultas por materiais pesados. 
Um equipamento de neutrongrafia industrial projetado para inspeção em tempo real, pode proporcionar o controle de bagagens automaticamente no que se refere a explosivos, armas, drogas, e material nuclear levados por passageiros em trânsito. Esse método beneficia os trabalhos intensivos de apreensão desses materiais, que geralmente veem ocultos por outros com o propósito de mascarar uma vistoria não automatizada. No caso  do controle de drogas, como o material constituinte é orgânico e, portanto, rico em hidrogênio e carbono, mesmo se escondido em materiais pesados, pode ser detectado não destrutivamente, por neutrongrafia. 
Além de aeroportos, portos, estações rodoviárias e ferroviárias, o método de inspeção por neutrografia também pode ser utilizado pelos Correios, por onde passa uma grande quantidade de volumes num curto espaço de tempo. 



Figura 4: Cocaína em pasta (1) oculta por espessura de 5 mm de ferro (3)  (Fonte: PEN/COOPE/UFRJ). 




Figura 5: Cocaína em pó amostras (1) e (2) ocultas por uma espessura de 10 mm de chumbo (4) (Fonte: PEN/COOPE/UFRJ). 




Fonte: Revista CONTER com adaptações. 




quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A construção de Angra 3

De acordo com a Eletrobrás Eletronuclear, a construção da 3ª usina nuclear do país que está em pleno andamento indica um grande marco para o crescimento da produção de energia no país, alavancando o nível de produção  e representará 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro. 
Angra 3 entrará em operação a partir de 2018, a nova unidade terá capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, valor suficiente de energia para abastecer as cidades de Belo Horizonte e Brasília.
As unidades de Angra 1 e Angra 2, também localizadas na cidade de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro já são responsáveis pela produção em cerca de 2% da energia consumida no Brasil.
O programa nuclear brasileiro teve início na década de 50 a partir da criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão maior do país voltado para as aplicações da energia nuclear com fins pacíficos.
A expansão do uso da energia nuclear para a produção de energia elétrica no país é alvo de muitas críticas de ambientalistas e de organizações que defendem o meio ambiente, como por exemplo, o Greenpeace, que faz duras críticas e protestos contra a aplicação de materiais radioativos voltada para a geração de energia elétrica. Estes grupos e representantes defendem o investimento na geração de energia através de fontes renováveis.



Andamento das obras em Angra 3 (Fonte: Eletrobrás Eletronuclear). 


             





        Protestos de ambientalistas contra a construção de Angra 3 
(Fonte: Greenpeace Brasil).  






Fonte: Eletrobrás Eletronuclear (com adaptações).